quarta-feira, 19 de dezembro de 2007


Cadê tu, meu amigo? Juras me fizestes que jamais me deixarias, posto que acreditei nas palavras que me levariam ao perfeito estado da vida, a felicidade plena a sós. Mas não lhe vejo mais por perto, estivestes distante quando chorei calado, não almejando que outrem notassem meus olhos lacrimosos e não vissem minha feição decadente, repleta de lembranças dos juramentos de amor eterno. E cadê?
Talvez jamais possa tê-lo novamente ao meu lado, pois a saudade cortante abala a cada dia o que me resta de esperança, destroçando o sorriso que, antes constante, era minha fortaleza, meu amigo. E cadê?


Para onde fostes? Era para ser eterno, e agora já não sei, meu amigo. Cadê?

quarta-feira, 3 de outubro de 2007


Lembro do tilintar suave das gotas de chuva que caíam sobre o vidro, dançando alegremente e depois iam molhar a terra, na época que nem tudo era só calor. Adorava quando baixava a poeira, porque eu podia respirar novamente, e ao mesmo tempo, trazia-me lembranças de tempos bons, porque o céu nublava e dava para notar o clima obscuro e suave, como se Deuses descessem para apreciar a natureza mais de perto.
Hoje tudo mudou, não chove mais, não é possível fechar os olhos sem sentir-se sozinho, nem apreciar aquela velha companhia estranha que parecia de outro mundo, parece que estamos sós novamente, mas sempre em perigo. Só que de longe me vem aquela cançao, bela e calma, acalma-me depois das torturas do dia, vigora e dá o poder tirado das profundezas da terra, antes molhada pela saudosa chuva.

Não tenhas medo do agora, tudo se tornará cinzas que farão das tuas lembranças a graça dos sorrisos e suspiros ao envelhecer, pois o importante é que a chuva molhou teu jardim um dia, deu os frutos para te alimentar, e deixou saudade na aurora de tua vida, mesmo que neste momento o calor cortante te encha de agonia.

terça-feira, 18 de setembro de 2007

To everybody see it!

Essa louca mania de me prender ao passado, de mergulhar de cabeça em ti, de pensar nos abraços, de pesar meus acasos sobre teus ombros mórbidos e aconchegantes, porque só tu me confortas, porque eu sou brega, tenho sentimentos bregas, uma vida brega, roupas bregas, manias bregas, vocabulário brega, e lágrimas nos olhos.Não acredite que possa ser real, é tudo utopia, é uma mentira, uma fuga. A melhor de todas que já tive!

segunda-feira, 27 de agosto de 2007

(...)

Para falar a verdade, eu não escrevo para ninguém. Escrevo para não ser tão fática, para não explodir de emoções em mim mesma, para ninguém ler. Posso ter um ou milhares de motivos para escrever, uma pessoa que me inspire ou muitas outras que me irritem, porque a minha arte quase ninguém aprecia, só aqueles que conseguem ver além da alma do ser humano, mas mesmo assim, fazer sua própria interpretação.
Já dizia Fernando Pessoa, "O poeta é um fingidor. Finge tão completamente, que chega a fingir que é dor a dor que deveras sente". E cada um vai personalizando o que o poeta escreve de acordo com seu próprio sentimento, porque não cabe a ninguém saber exatamente o que se diz...
Algumas pessoas visitam este blog, pouquíssimas comentam aqui, outras elogiam fora; o fato mais interessante é que sei que lêem, mesmo que muitas vezes eu não saiba quem sejam, mas não importa, escrevo para me libertar, e o blog tem sido o melhor objeto para tal, ultimamente.
Pode ser que ninguém mais venha a ler isso daqui há algum tempo, mas eu continuo até quando não puder mais sozinha...

M.A. " Für Immer..." S2

sábado, 25 de agosto de 2007

Tédio. Lubrificante. Tédio.


"Ah, Naty, já vai abandonar outra coisa pela internet? Já não basta o teu fotolog?"

Isso é exatamente o que alguns amigos devem pensar, mas tem dias que não dá, não penso, durmo enquanto sento nesta cadeira de girar na frente do pc sem os óculos necessários, e meus olhos ficam espremidinhos como quando quero escrever do quadro da faculdade, cheios de olheiras que se acumulam todos os dias; uma míope que adoraria usar aparelho nos dentes porque acha bonito e entra em depressão quando perde uma aula de Metodologia do Trabalho Científico ou Linguística, essa é a Natália, não uma nerd, tá?

Nossa, que falta de inspiração hoje, humor negro em alma, tudo parece patético, cada dia, cada fim de semana entediante nesta cidade onde nada se transforma (só os gays do meu bairro) e eu nada! Nem um corte de cabelo, nem a cor do mesmo, nem esse maldito rosto, e nenhum amigo bate à sua porta para pedir que o acompanhe. Antes tudo era diferente...

Antes tínhamos idéias absurdas, como contratar prostitutas para animar nossas festas, e viajar juntos vivendo de música e danças estranhas para ganhar trocados na rua; isso seria muito engraçado, totalmente maluco, como éramos em bons tempos. Ridículos, porém loucos!

Ah, que saudades...


"Oh ! Que saudades que eu tenho da aurora da minha vida, da minha infância querida que os anos não trazem mais !"

quarta-feira, 22 de agosto de 2007

Cotidiano.


É... ela estava mais uma vez cabisbaixa para os seus sentimentos, pobres sentimentos que perturbavam como quando ela queria ser grande, quando ela pensou que estava tudo fora de seu lugar e queria colocar novamente nos eixos, mas não sabia encontrar soluções para segurar os prantos.
Valquíria nunca pensou que iria ficar diante do espelho e choramingar feito um bebê para sua própria imagem decadente. Ela queria ser uma mulher mais forte, ela pensava que era mais forte, ela pensou... Talvez ela fosse firme ao dar conselhos aos outros que cabiriam aos seus próprios problemas, mas que não conseguia aplicá-los na sua própria vida.
Saiu para tomar o café diário no bar que ficava há duas quadras de seu apartamento, já que assim ela supostamente poderia pensar um pouco no que fazer para esquecer, mesmo que isso fosse totalmente contraditório à sua lógica, e sabia o porquê. Mal atravessou a rua e sentiu aquele disparo no coração que dóia mais do que qualquer coisa no mundo quando viu a imagem daquele Ser que a machucara tanto sem saber, mas que era a única presença que lhe fazia se sentir viva de alguma forma.
Se tristeza significava estar viva, e se amar significava deixar de pensar em si para vegetar desperdiçando o tempo, maldito tempo que não passava há 2 anos, Valquíria não gostaria de vivenciar o desgaste da alma daquela maneira, mas não sabia como se livar. Era impossível alcançar.
Instantes antes do Ser passar ao seu lado, desviou o olhar lacrimoso e conseguiu chegar à calçada quase que pálida, suas mãos suadas, e o corpo trêmulo. Aquela rua era o lugar onde sempre passara durante dois anos, todos os dias, para ver a mesma face, admirar a mesma arte, e amar o mesmo Ser.



Válquíra pode ser qualquer um de nós, seres amantes. Veja dentro de você, cada um tem uma história para contar, alguma ruína deixada por alguém ou algo, no presente ou passado, que nos fez/faz duvidar da força interior por conta de um fracasso, amor não correspondido, situação não realizada, objetivo não alcançado...
Faça a vossa própria interpretação. Sei que alguém vai se sentir traduzido em palavras.


" Não sei onde vim parar, alvará quando cheguei, mas o que importa é que caminhei. "

segunda-feira, 20 de agosto de 2007


Sinceramente, eu jamais me dei o luxo de levar adiante a idéia de ter uma página na internet onde eu pudesse escrever livremente coisas com ou sem sentido. Fico até me questionando, será que alguém está lendo isso? Vamos experimentar, afinal, o verdadeiro artista deve provar de todas as sensações para julgar o sentimento que lhe convém através do ato de sentir.
Hoje é mais um dia comum. Vou trabalhar por meio período e logo após, estudar. Letras é um curso muito bom para quem tem gosto para aprender filosofia, linguística, literatura e afins. Aliás, o nome do blog foi inspirado em Vinicius de Moraes, cujas poesias possuem alguns termos vistos por aqui!
Sabe, escrever é uma arte que tenho paixão de desfrutar; quem sabe um dos meus verdadeiros amigos dêem uma olhada para ver o que eu resolvi inventar agora, e fale: " Essa Natália não deixa de ser tosca... ". (Discurso já passado!)
Pois bem, que seja, então...

" Procuremos somente a beleza, que a vida
É um punhado infantil de areia ressequida
Um som de água ou de bronze e uma sombra que passa..."
(Eugênio de Castro)